domingo, 25 de abril de 2010

quero um cigarro

Eu que nunca me acostumei com as pessoas. Com risos, lágrimas. Sempre o fiz em exagero, por ignorância e nunca soube usar quaisquer elementos, qualquer emoção...nunca as entendi. Só sei que fiz. Bradei todos os segundos. Tentei fazer de cada ponta de sentimento um gancho pra me acovardar atrás desse maldito temor de entender, de me entender. Tudo porque dava certo. A máscara que criava era tão perfeita, que cada vez foi mais e mais confortável fingir que era a pessoa especial que cada espécime que se deparava a minha frente acreditava piamente eu ser. E hoje, diante do desespero que encaro essa aparente fútil existência e da falta de eficácia atual com que esse método me sufoca, peço pra qualquer canto desse corpo... Pra esses dolorosos pontos de ar que se compactam e formam um não-sei-o-que. Mesmo pra um outro adjacente que queira responder, onde quer que esteja, apareça. Qualquer rastro de qualquer coisa. Me toque até que queime ou congele ou ambos. Até que pare de sentir de novo e se torne realmente alguma parte cravada em mim. E que nada que mude de acordo com o acordo.

E se possível, no estomago.


..::Larissa Cavadas::..

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