sábado, 13 de dezembro de 2008

Semântica

apaguei da parede seus nomes
desbotou a cal
seus segredos em branco
manchei meus braços
com as letras que vestes

.significo
as palavras que visto
e me vestes
aqui me desnudo

terei o destino
algemado às suas mãos
estarei do outro lado
sempre acene positivamente
retornarei com vigor

desvendarei-a
com as paredes pintadas
aquarela que te escapa
escrevo
apago

e pulsará
ao mesmo tempo
as palavras que correm
aprisione todas
não saberás
que o cárcere é teus olhos
e seu desvio
meu ultimato
Lucas Santana

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Monólogo (En Reverence)





O silêncio manchou outro canto da cama
nos vãos de teus falsos enlaces
Movido aos borbulhões de teu fogo; Chama.
na ruptura de tuas ínfimas faces

Que te cravo minhas unhas desgastadas
e devolva a lembrança tua
dos solavancos de nossas almas esgotadas
Encontres em mim, a cobiça crua

Tua máscara desprende ao passo que te despido
és meu anjo caído, nu em meu anfiteatro
encene teu prazer leitoso; ávido

Não! Vai sem receio
De ti, sobra apenas uma rosa
Vai e não petrifica

Deixa ficar onde eu quero, sem teus venenos
Poupa de tua cerne que dilacera

Deixa ficar escondida sem teus anseios
Desista, de atiçar a quimera

Tira teus pés dos meus sonhos

Vai, Menina; e não olha.



.Larissa Cavadas.