segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sobre Flores, Borboletas e Saudades

Leve teu cheiro de flores

E o contraditório pesar da sua alma

Destarte, tocada em música ambiente

Um líquido em amianto.

Navegar donde esteja tal mar

Usar das palavras pequenos baldes livres

Deleite em asas

Coloridas

Livres

E tão belas.

Resumir seu coração narcoléptico

Em eufêmicos risos confabulados

A sutil exposição de nossa veracidade imprópria.

São tantos medos

Tantas dúvidas

Que bailam

Voando harmonicamente

Em seu mosaico crescente

Já acordado.

A Saudade que provoca

De não sentir

E a falta.

A falta.

Ilusória

De suas pétalas quase abertas.

Aludidas

Em broto ou morte

Resumidos em um pranto saltatório

Em mim, desfigurado.

Em ti, silencioso.

Brinde à maneira inconveniente de viver.

Ou

Brinde ao culto do não esquecer.


.Larissa Cavadas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

invocação da bonança



cordas
fazem da possibilidade: música.
Quando anseios se arriscam em melodias
cada arcada prolonga-se livre.
A vida a tocamos incerta,
toda nota é uma canção inacabada.

mãos
fazem da inquietação vida.
Nos contornos onde me perco
em mim que me perco
mas não no contato, encontro.
A derme delimita o tato
onde dedos tecem arrepios.

pausa
faz do silêncio dobra.
pois todo tempo se constrói
em pausas, a afeição denota-se
verdadeira, sem constrangimento.
É sorriso que te roubo de soslaio
no silêncio

esse
faz de mim qualquer.
Renuncia toda certeza das palavras que me escreves
amanhã sou eu quem te escreve
novas convicções refutadas.
agora sim
fermata

Lucas Santana