domingo, 18 de janeiro de 2009

Uma Dose de Qualquer Coisa


dois dedos
xícara de pinga
dose de chá
sobriedade repousa sobre o pires

água de Narciso
leva meu reflexo
tão profundo
afunda esse outro
inseguro
sei, não se emerge imaculado
lá se afoga, sim
a certeza me livrará de toda vaidade
dos pulmões encharcados
as dores no peito
antecedem o verdadeiro
primeiro suspiro

apenas dois dedos
desse rio engarrafado
do barro que vim
estou pronto para ser remodelado

bebo-me
minha dor ponho num copo
com casquinhas de limão na borda


Lucas Santana