domingo, 18 de janeiro de 2009

Uma Dose de Qualquer Coisa


dois dedos
xícara de pinga
dose de chá
sobriedade repousa sobre o pires

água de Narciso
leva meu reflexo
tão profundo
afunda esse outro
inseguro
sei, não se emerge imaculado
lá se afoga, sim
a certeza me livrará de toda vaidade
dos pulmões encharcados
as dores no peito
antecedem o verdadeiro
primeiro suspiro

apenas dois dedos
desse rio engarrafado
do barro que vim
estou pronto para ser remodelado

bebo-me
minha dor ponho num copo
com casquinhas de limão na borda


Lucas Santana

4 comentários:

Greicinha disse...

Gostei Lucas...
A parte da casquinha de limão tbm ficou legal!

Bjjjjjus
^^

(Marta Selva) disse...

adorei o texto.
e que desça mais uma dose.. que esse gosto de vida nao me quer sair da boca.
.*:

Isaque Criscuolo disse...

"Afunda esse outro inseguro..."
XD É assim que também me sinto.
A água podia levar aquilo que não queremos e deixar somente o que é útil, seguro.
Mas, felizmente, temos que lutar contra o inseguro e determinar uma trajetória pessoal. Afinal, sem desafios nada teria graça.

Marília Macedo disse...

não sei se é pq tenho uma dor no peito,ou se suas palavras conseguiram chegar fundo.

tens o dom.